Cinco tipos de fake news que mais viralizaram até o momento na campanha eleitoral
Desde o início da campanha eleitoral, no dia 16 de agosto, o que não faltaram foram fake news. A uma semana do pleito, listamos os cinco temas mais utilizados em desinformação até o momento.
A uma semana do primeiro turno das eleições 2022, estamos entrando em um momento de balanço em relação ao que aconteceu desde 16 de agosto (início da campanha eleitoral).
Podemos falar que, com certeza, o volume de informações falsas até o momento foi menor do que nas eleições de 2018. Há alguns fatores que, de acordo com nossa percepção, corroboram para isso.
O primeiro é que a vigilância (tanto por parte das agências de checagem, como da mídia em geral, candidatos, plataformas e justiça eleitoral) tem feito com que conteúdos falsos sejam retirados ou não “emplaquem” com tanta facilidade na internet.
O segundo é que as pessoas parecem (graças a campanhas de conscientização) mais vacinadas contra fake news. Podemos ver que não se acredita tão facilmente em tudo que se vê na internet. Estes dois fatores geram um terceiro: espalhar desinformação explícita não parece gerar tantos frutos como, por exemplo, 2014 e 2018.
Vamos nos aprofundar neste tema mais para frente, quando tivermos um quadro mais definido em relação ao volume da desinformação (provavelmente, mais próximo do segundo turno das eleições). Hoje, vamos falar dos temas que mais viralizaram na campanha eleitoral.
No início de junho, fizemos um A Semana em Fakes parecido. Na época, tínhamos 110 notícias falsas relacionadas às eleições desmentidas. Hoje, o número é 230. A diferença da lista de hoje é que estamos falando de temas e não de “alvos de fakes”. No próximo sábado, vamos listas as 50 principais fake news das eleições e no domingo vamos eleger o top 10 do período eleitoral. Confira a lista:
Fake news contra a imagem de Lula
É claro que outros candidatos também são vítimas de fake news, inclusive vindas de militantes de Lula (não vá acreditar que todos são “santos” que não espalham e compartilham desinformação). Porém, é inegável que o ex-presidente é, sim, o maior alvo de fake news neste período de campanha eleitoral.
A maioria absoluta das informações falsas sobre Lula dos últimos dias circularam em redes sociais de pessoas simpáticas a Bolsonaro. As que atacam frontalmente o ex-presidente procuram reforçar elementos ruins do caráter. Confira três destes fakes:
Vídeo mostra Lula bêbado durante lançamento de sua campanha ontem #boato
Lula diz que enfermeiros só servem para servir sopa e se posicionou contra piso salarial #boato
Lula é flagrado abraçando Suzane Von Richtofen em foto #boato
Fake news que exaltam a imagem de Bolsonaro
Também devemos ponderar que há, sim, fake news contra Bolsonaro (muitas delas como). Porém, é inegável que o volume de informações falsas que servem para exaltar a imagem do presidente é muito maior. Há fake news sobre artistas que se deram mal por falar “fora, Bolsonaro”, sobre “criações” do presidente ou sobre entrevistas exclusivas. Veja três destas fake news:
Padre Marcelo Rossi grava áudio falando que votar em Bolsonaro é a solução #boato
Maiara e Maraisa são expulsas de palco após falarem “fora, Bolsonaro” #boato
Fake news citam institutos de pesquisa e revelam pesquisas falsas
Mais do que o processo eleitoral (que teve as fake news vigiadas intensamente pelo TSE), os institutos de pesquisas sofreram durante a campanha eleitoral. A cada pesquisa com larga vantagem sobre Lula, surgia uma fake news pró-Bolsonaro. Houve fake news sobre endereço do Ipec, pesquisa falsamente apresentada pelo Jornal Nacional e pesquisa atribuída falsamente ao Paraná Pesquisas. Confira três destas fake news:
Pesquisa Ipec no Jornal Nacional mostra Bolsonaro na frente de Lula com 46% #boato
Ipec que faz pesquisas eleitorais fica no mesmo endereço do Instituto Lula #boato
Pesquisa do Paraná Pesquisas de hoje mostra que Bolsonaro vence em todos os estados #boato
Fake news sobre regras das eleições e contra o processo eleitoral
É claro que o processo eleitoral (principalmente as urnas eletrônicas) iria entrar na pauta das fake news. Porém, o volume de desinformação sobre o processo de votação foi menor, por exemplo, do que no período da pressão pelo voto impresso (em 2021). A desinformação sobre o processo eleitoral não se restringiu às urnas. Veja três exemplos:
Novos títulos de eleitor vêm com QR Code que transfere votos para Lula “L13” #boato
Voto parcial (só para presidente) será considerado anulado nas eleições 2022 #boato
Fake news sobre a imprensa e jornalistas
O quinto lugar teve um “empate técnico”. Além das fake news sobre a mídia, circularam muitas histórias falsas sobre países sul-americanos governados por políticos considerados de esquerda. Porém, “na margem de erro”, ficamos com o primeiro tema para completar a nossa lista. Jornalistas mulheres sofreram, especialmente com fake news. Emissoras como a Globo também. Confira três fakes:
Lula recebeu folha com respostas da Globo em entrevista no Jornal Nacional #boato
Fotos mostram Renata Vasconcellos posando nua na Playboy #boato
Vera Magalhães provocou Bolsonaro de propósito em debate da Band, diz jornalista #boato
Trends da semana
Palavras mais buscadas no Boatos.org nos últimos dias
- Pesquisa Ipec (Confira detalhes aqui)
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Os desmentidos mais lidos do Boatos.org nos últimos dias
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Desde o início de 2021, o Boatos.org promove a seção “A Semana em Fakes”, com análises sobre assuntos relacionados a fake news. O conteúdo é aberto para republicação em veículos de mídia. No momento, publicamos o conteúdo no Jorn., Portal Metrópoles, Portal T5, Conexão Marília, O Anhanguera e RP10 (caso tenha interesse, entre em contato com o Boatos.org para saber as condições). Para ver todos os textos da seção, clique aqui.